Escrevo já de San Andrés, nosso segundo destino na Colômbia.

Ontem, nosso último dia em Medellin, tínhamos apenas a manhã para explorar a cidade, visto que precisávamos sair para o aeroporto por volta das 14h. Desse modo, optamos ficar caminhando a esmo por outra parte do bairro de Laurelles que ainda não havíamos explorado.

As impressões que tivemos logo na primeira noite por lá e foram se consolidando nos dias seguintes, mais uma vez se confirmaram. A paisagem baseada em prédios com fachada em tijolos de barro aparente alidada ao conforto térmico que as ruas arborizadas e o próprio clima da cidade proporcionam, fazem do caminhar sem rumo pelas ruas de Laurelles uma programação irresistível.

Acabamos por fazer um brunch num café argentino ao qual chegamos por acaso e acabamos, por volta do meio-dia, entrando num supermercado nas imediações para comprar alguns lanches pro vôo que nos traria até aqui em San Andrés. Aparentemente uma programação banal, ir a mercados em cidades de outros países é uma atividade que aprecio bastante. Por aqui temos nos surpreendido com a quantidade de frutas diferentes e deliciosas. Destaque para a granadilla, fruta bem parecida com o maracujá, mas com a polpa branca e dulcíssima.

Granadilla, o maracujá doce e uma das frutas mais saborosas desse mundão


Várias espécies de batata, milho e pitaia

Após desbravar a vizinhança pela última vez, voltamos ao apartamento e nos arrumamos para o próximo deslocamento de avião. O caminho entre Medellin e o aeroporto passa pelo Oriente, o maior túnel que já percorri na vida, com cerca de 8,2 km de extensão. Durante o percurso conversamos bastante com o motorista que nos levou. Entre os assuntos, a situação dos aplicativos de mobilidade urbana na Colômbia - especialmente o Uber -, que ao contrário do Brasil, ainda não são legalizados.

Desembarcamos em San Andrés por volta das 18h30 e viemos quase que imediatamente para o Hostel em que estamos hospedados. Compramos comida, cervejas e água e permanecemos na hospedagem pelo resto da noite.

Enquanto jantávamos na cozinha compartilhada conhecemos Julian, um inglês de Bristol que estará por aqui por dois dias e depois seguirá para uma estada de 10 dias em Providência, outra ilha colombiana relativamente próxima daqui.

Tive alguma dificuldade para me fazer compreender, mas o papo fluiu e, entre outras coisas, conversamos sobre as nossas impressões a respeito da Colômbia e as insatisfações mútuas com as guinadas à direita nas políticas dos nossos países. No caso dele, o Brexit. No meu, o desgoverno do Bozo.

Esses encontros que os ambientes de albergues proporcionam são impagáveis e gratificantes. Lembro agora de uma das primeiras e mais marcantes experiências que tive em hostels.

Trinta e um de dezembro de 2011, eu e Márcia estávamos em Roma e após um dia de flanagem pela cidade voltamos ao albergue no começo da noite, ainda sem planos concretos para a virada do ano. Ao passar por uma área comum da hospedaria, fomos convidados por um grupo de uns 8 franceses e francesas de Lille - talvez uns 5 anos mais novos que nós 2 - a nos juntar a eles. Nos comunicávamos nos fragmentos de francês, inglês e espanhol que o meu parco vocabulário abrigava, mas ainda assim tive uma das mais divertidas passagens de ano da vida.

Daqui a alguns minutos saio com Márcia e Nina para começar a explorar essa San Andrés.

Algumas estatísticas do dia:

  • Temperatura mínima: 15º
  • Temperatura máxima: 27º
  • Passos dados: 11404
  • Distância percorrida caminhando: 7,2 km

Tentei registrar as algumas das minhas impressões sobre essa viagem à Colômbia numa espécie de diário público. Segue o que escrevi nos dias anteriores: dia 07.2, dia 07, dia 06, dia 05, dia 04, dia 03, dia 02, dia 01.

Todos esses pequenos relatos estão reunidos nessa página.